A adolescência é fase de descobrir novas coisas. Entre elas está o próprio corpo, que passa por uma série de transformações. Surgem pelos e curvas, chega a menstruação, a voz engrossa e aumenta a quantidade de suor. Todos esses fatores têm fundo hormonal, inclusive a sudorese, e é possível controlá-la e impedir que ela se torne um incômodo. Na maioria dos casos, basta usar um antitranspirante certos para você.
O dermatologista Caio Lamunier, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que a sudorese elevada entre meninos e meninas acontece porque as glândulas sudoríparas aumentam muito em tamanho e número nessa época da vida.
Esse processo é uma resposta às alterações hormonais intrínsecas à adolescência e, de acordo com o especialista, os meninos tendem a apresentar mais o sintoma por causa do hormônio testosterona - mais abundante no sexo masculino -, que estimula as glândulas.
O médico alerta que é preciso diferenciar a sudorese normal na adolescência da hiperidrose, doença que gera suor em excesso, afeta a qualidade de vida e precisa de tratamento diferenciado.
“Se a transpiração impacta no dia a dia, a pessoa sua muito nas mãos e não consegue fazer uma prova, cumprimentar uma pessoa, há constrangimento ou inabilidade de realizar alguma tarefa prática, pode ser uma hiperidrose”, diz Caio Lamunier.
É importante também estar atento a mau cheiro, que indica a presença de bactérias que reagem com o suor e causam o odor desagradável. Nesse caso, pode ser necessário um produto mais eficaz.
Existem diferentes formas de lidar com o suor excessivo na adolescência e elas vão desde o uso de antitranspirantes, que agem protegendo contra a transpiração e combatendo bactérias causadoras de mau cheiro, até a chamada cirurgia de simpatectomia, que secciona o nervo que estimula a produção de suor e é indicada em casos extremos de hiperidrose.
Há ainda a possibilidade de realizar aplicações de toxina botulínica, que diminui a ação do nervo que estimula a transpiração, e de tomar medicamentos orais, que limitam a produção de secreções, mas acabam também reduzindo volume de saliva, urina e outros líquidos corporais.